Gerenciamento de crise é algo que todos nós temos que fazer em algum momento da vida.
Seja no trabalho, nos relacionamentos, nos estudos ou até na saúde, o risco de agravamento de um problema sempre existe.
Quando estamos falando de negócios, a questão para o MEI torna-se ainda mais sensível, já que esse é um formato de empresa individual.
Estar preparado para os momentos de dificuldade faz toda a diferença para quem trabalha por conta própria e não dispõe do suporte característico das grandes organizações.
Nos tópicos a seguir, confira como fazer isso para se antecipar aos piores cenários:
- O que é gerenciamento de crise
- Gerenciamento de crise: exemplos que o MEI precisa gerenciar
- Como fazer o gerenciamento de crises
O que é gerenciamento de crise?
Gerenciar uma crise significa tomar as decisões e medidas apropriadas para minimizar ou eliminar um problema que se agrava.
Na medicina, cada tipo de crise demanda um determinado tipo de resposta para que o tratamento seja adequado. Nos negócios, o gerenciamento de crise é a soma das iniciativas adotadas para reduzir os riscos inerentes ao ambiente empresarial.
As empresas bem estruturadas levam isso muito a sério, tanto que, em boa parte delas, existem planos de gestão de crises previamente arranjados.
Importância da gestão de crises para o MEI
Se uma grande multinacional ou até o governo de um país estão sujeitos a crises, o que dizer de uma pessoa que toca seu próprio negócio sozinha?
Gerenciamento de crise não é coisa apenas de grandes empresas.
O MEI precisa estar preparado para responder às crises quando elas se estabelecerem e, principalmente, para evitá-las.
A gestão de crises é fundamental porque, em primeiro lugar, é uma garantia contra as ameaças externas, como as oscilações na economia do país, por exemplo.
Não menos importante, ela serve também como blindagem para um tipo de negócio que, devido ao seu porte, é muito mais exposto a problemas estruturais.
Gerenciamento de crise: exemplos que o MEI precisa gerenciar
Do setor de serviços ao comércio e indústria, não há empresa MEI que esteja imune a uma crise.
Com planejamento e controle diário, obstáculos eventuais são contornados antes de crescerem a ponto de virar uma “bola de neve”.
Porém, nem sempre é possível evitar uma crise, principalmente quando ela é causada por agentes externos.
O que fazer, então, tendo em vista que os imprevistos acontecem cedo ou tarde?
A primeira iniciativa é reconhecer o tipo de crise com o qual se está lidando.
Veja alguns exemplos de gerenciamento de crise na sequência abaixo:
- Financeira
- Reclamações de clientes
- Informações incorretas
- Trabalhistas
- Fornecedores
- Tributárias
Financeira
Quem nunca passou por um aperto financeiro, que atire a primeira pedra, não é?
Até o mais cuidadoso dos MEIs, por mais que faça um bom planejamento financeiro, pode ser vítima das circunstâncias, passar por dificuldades econômicas, e ter que fazer um gerenciamento de crise.
Digamos, por exemplo, que um familiar (ou o próprio empreendedor) tenha um problema de saúde e que, por isso, suas reservas financeiras tenham se esgotado.
Os problemas de ordem financeira também podem ter como causa a falta de clientes, que por sua vez, tem relação com a falta de planejamento e gestão.
Você vai ter que passar por uma gestão de crise financeira?
Reclamações de clientes
Um exemplo clássico de gerenciamento de crise está ligado aos comentários dos consumidores.
Os MEIs estão sujeitos a críticas e reclamações dos clientes da mesma forma que as empresas de grande e médio porte.
É preciso ficar atento principalmente às redes sociais, pois o consumidor costuma recorrer a elas quando tem uma queixa ou insatisfação para registrar.
Quando não recebem o tratamento adequado, as reclamações podem levar ao aumento dessa insatisfação, gerando um perigoso efeito cascata.
A reclamação chega aos ouvidos de alguém, que a repassa para um terceiro, que repassa para outro e assim por diante, até que a boa reputação começa a ir por água abaixo.
Na internet, esse processo todo leva apenas alguns cliques.
Informações incorretas
Em certos casos, o MEI até consegue atender, mas por falhas na comunicação, acaba por passar informações erradas. Nesta hora, você precisa juntar todos seus conhecimentos em gerenciamento de crise para solucionar bem o problema.
Um cliente mal orientado tende a errar na escolha dos produtos e serviços que consome e não conseguir solucionar seus problemas.
O resultado só pode ser mais insatisfação e frustração.
Prestar informações incorretas pode fazer com que um cliente em potencial prefira o concorrente.
Em todos os casos, se nada for feito para corrigir a falha, são grandes as chances de o MEI passar por uma crise de credibilidade.
Trabalhistas
Lembre-se: MEIs podem ter até um funcionário com carteira assinada.
Por isso, é sua obrigação garantir todos os direitos trabalhistas das pessoas que trabalham para você.
Um ponto crítico nesse sentido é a compensação das horas extras.
Assim como toda empresa, o MEI precisa observar as regras, como o pagamento dobrado para quem trabalha aos domingos e feriados, por exemplo.
Se optar pelo banco de horas, vale atentar para a validade, que é de seis meses nos acordos individuais.
Observando os direitos do trabalhador, o MEI não só garante o bem-estar de seu empregado, como evita os sempre penosos processos na Justiça do Trabalho.
Fornecedores
Saber como encontrar fornecedores bons é outro fator crítico de sucesso.
Um MEI que não conta com parceiros que forneçam insumos e produtos de qualidade a preços competitivos se coloca em risco perante seus concorrentes.
Outro potencial foco de crise nesse aspecto é o próprio relacionamento com os fornecedores.
Tenha por eles a mesma consideração, respeito e transparência que você mostra aos seus clientes e garanta uma relação vantajosa para ambas as partes.
Tributária
MEIs pagam impostos, ainda que seja por um regime hiper simplificado.
Porém, há os que acabam relaxando no pagamento de suas contribuições mensais, que são de valor baixo, mas acabam atrasando e acumulando.
Assim como outros focos de crise, esse começa quando os adiamentos se tornam constantes.
Quando o empreendedor se dá conta, já tem um caminhão de impostos para pagar, gerando problemas financeiros e atrasos junto ao fisco.
Como fazer o gerenciamento de crises
Uma crise é também o resultado do negligenciamento da questão mais importante em um negócio: a gestão.
Da mesma forma, ela pode ser um valioso ponto de partida para começar uma nova etapa em suas atividades como MEI, desde que você esteja pronto para aprender com os erros.
Tomando as medidas contingenciais como referencial, você pode extrair de uma crise ensinamentos para que os erros passados não voltem a se repetir.
Saiba a seguir como dar o pontapé inicial.
Entenda comportamento dos seus consumidores
A insatisfação dos clientes tem relação direta com o não atendimento de suas expectativas.
Porém, só sabe quais são essas expectativas quem se dedica a conhecer melhor o comportamento do seu consumidor.
Você pode recorrer às pesquisas de satisfação ou de opinião para coletar dos seus clientes opiniões e impressões que vão ajudá-lo a melhorar.
Ofereça a melhor experiência de compra possível
Tão importante quanto a qualidade daquilo que se vende é a experiência do cliente ao longo da compra.
Quem presta serviços deve ficar ainda mais atento, já que nesse setor, atender bem é parte do serviço entregue.
Atender bem é muito mais do que ser educado e cordial, é entender quais são os anseios do consumidor e se antecipar com base neles, superando suas expectativas.
Tenha uma estratégia pronta
As crises se instalam geralmente nas empresas que não estão preparadas para lidar com os contratempos diários.
O tempo vai passando, os problemas se acumulam e, quando o empresário vai ver, já está totalmente enrolado.
Por isso, vale sempre contar com uma estratégia para ao menos minimizar a crise quando ela chegar.
Um exemplo disso é manter uma reserva de emergência que seja suficiente para pagar os custos do negócio por um eventual período sem lucro.
Conheça os riscos do seu negócio
A partir do que vimos até aqui, fica claro que a crise só pega desprevenido quem não conhece os riscos inerentes ao seu próprio negócio.
Um exemplo disso são as empresas que têm suas vendas reduzidas por causa de sazonalidades, como as papelarias em períodos de férias escolares e bares em dias de semana.
Conte com um plano B
Uma vez que você saiba exatamente quais são os riscos que o seu negócio corre, pode se preparar para afastá-los com um plano de contingência, ou plano B, uma alternativa à ideia principal.
O mais importante é que você antecipe os recursos que vai precisar, bem como eventuais mudanças de local ou troca de veículos, máquinas ou equipamentos, entre outras medidas.
Busque o diálogo
Crises financeiras em geral levam o MEI ao endividamento.
Quando isso acontece, a melhor solução é buscar o diálogo com os credores, de maneira a suavizar os juros e encargos sobre a dívida.
Confira 7 pontos para avaliar a saúde financeira da empresa MEI.
Continue aprendendo
Ressaltamos novamente que, por ser uma empresa composta por uma ou duas pessoas no máximo, uma MEI requer o dobro da atenção na parte de gestão.
O melhor a fazer é investir seu tempo em cursos e em aprender técnicas que vão ajudar você a enfrentar e evitar as crises.
Conte também com o blog MEI Fácil para aprender tudo sobre gestão, dicas de negócios lucrativos e para se inspirar no dia a dia.
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